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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Neurofisiologia da micção

    À medida que a bexiga se enche, receptores em sua parede são estimulados. Estes impulsos chegam à medula através de fibras aferentes dos nervos esplâncnicos pélvicos e iniciariam o reflexo da micção se os centros sacrais deste reflexo, localizados nos segmentos medulares S2, S3 e S4, não fossem inibidos por impulsos comandados pelos centros superiores do córtex cerebral. (4) 

    Quando a bexiga contém 300-400mL de urina a intensidade dos impulsos que chegamos aos centros sacrais superam os impulsos inibidores e ascendem às áreas sensitivas do córtex cerebral: a sensação de plenitude, com o desejo de micção, torna-se consciente. Se houver conveniência social, o desejo pode ser suprido, voluntariamente, porque os centros superiores podem, temporariamente, inibir o reflexo espinhal. Se isto não ocorrer, o córtex cerebral deixa de exercer a influência inibidora e a micção tem início por uma série de reflexos. Estes podem ter origem nos centros sacrais, mas os centros corticais são importantes para o controle e graduação das respostas. (4) 

    Impulsos da medula sacral, veiculados pelas fibras parassimpáticas dos nervos esplênicos pélvicos, provocando a contração do músculo detrusor da bexiga. A urina entra na uretra e distende parte da uretra estimulando receptores uretrais aí situados. Os impulsos assim originados atingem os centros sacrais da medula, através de fibras aferentes do nervo pudendo, e aí inibem os neurônios motores da coluna anterior da substância cinzenta da medula que inervam o esfíncter externo da uretra. Com relaxamento do esfíncter a urina escoa pelo restante da uretra e é lançada no meio exterior através do óstio externo da uretra. O músculo detrusor não tem apenas que se contrair para iniciar a micção, mas contrair-se até que a bexiga se esvazie. Isto é possível porque o córtex cerebral, os núcleos da base e a formação reticular, que são capazes de inibir os centros sacrais da medula enquanto a bexiga está se enchendo, enviam impulsos facilitadores, tão logo se inicie a micção, que mantém aqueles centros excitadores e, portanto, ativos, até que bexiga esteja completamente vazia. (4) 

    Como é possível ver a micção é um procedimento ativo que requer uma perfeita integração entre o trato corticoespinhal e o sistema autonômico para produzir uma atividade coordenada. Em resumo, vemos que é iniciada pela contração isométrica da bexiga, seguida do relaxamento dos esfíncteres e musculatura perineal e, depois, a contração isotônica do músculo detrusor, auxiliada, em menor ou maior grau, pela musculatura abdominal e do diafragma respiratório. Qualquer alteração desse mecanismo se constitui em obstáculo à micção. (5)











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