Disreflexia autonômica hipertensiva
A disreflexia ou hiperreflexia autonômica é a complicação mais importante, que deve ser, antes de tudo, prevenida. Pode ocorrer em até 85% dos pacientes com nível de TME acima de T6, caracterizando nessa ocasião a complicação mais importante do TME . É Causada por impulsos autonômicos e descarga em massa de catecolaminas em resposta a estimulação cutânea e/ou visceral. A hiperreflexia autonômica traduz-se por uma hiperatividade simpática do segmento medular distal. (15,16)
Clinicamente, apresenta como sinais e sintomas principias a cefaléia, eritema cutâneo, ansiedade, taquicardia, hipertensão arterial, bradicardia, sudorese, piloereção, midríase, disritmias cardíacas, congestão nasal, espasmos musculares e, mais raramente, convulsões e coma. Este fenômeno, se não diagnosticado e tratado, pode por em risco a vida do paciente, sendo que os acidentes cardiovasculares e neurológicos são os mais comuns. (15)
Inúmeros estímulos podem desencadear este reflexo como a distensão vesical (a causa mais comum), estimulação da pele (tátil, dolorosa, térmica), distensão de órgãos viscerais, especialmente intestino (devido a constipação e impactação), além de quaisquer outras situações dolorosas bastante comuns como por exemplo cólicas menstruais e unhas encravadas, bem como a realização de determinados exames que provoquem algum desconforto. Ocorre vários meses depois do trauma tendo maior incidência em tetraplégicos, desaparecendo dentro de 3 meses após o trauma. (17) Como inúmeros estímulos podem desencadear tais reflexos, foram selecionadas intervenções de enfermagem de urgência. São elas:
· Identificar e retirar imediatamente o estímulo doloroso (verificar principalmente se há hiperdistensão da bexiga e do intestino, que são as causas mais frequentes de DAH);
· Não é indicado um enema neste caso, pois o líquido aumentará a distensão do reto o que potencializará a DAH;
· Colocar imediatamente o paciente sentado com MMII pendentes na cama, para provocar a hipotensão ortostática;
· Registrar pulso e pressão arterial para avaliar a eficácia das intervenções;
· Eliminar qualquer outro estímulo que possa se constituir num evento desencadeador, como objetos injuriando a pele ou uma corrente de ar frio, bem como roupas e calçados apertados;
Administrar o tratamento medicamentoso (alfa e beta bloqueador e miorrelaxante) conforme prescrição médica. (17)
Constipação intestinal
Define-se como constipação intestinal a presença de dois ou mais dos seguintes problemas: frequência defecatória menor de três vezes por semana, consistência endurecida das fezes e tempo de evacuação intestinal maior de 45 minutos. (31)
Dentre os fatores de risco para apresentar constipação intestinal pós-lesão, se encontra na falta de hábito ou um horário irregular para evacuação. (31)
Para facilitar a evacuação do paciente e evitar possíveis complicações, o enfermeiro pode intervir das seguintes formas:
1) orientar para uma alimentação rica em fibras;
2) criar um hábito intestinal, com eliminação no mesmo horário diariamente, de preferência, nos horários de evacuação anterior a lesão;
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